Aquestos Finais.

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Por: Diogo Verri Garcia.

AQUESTOS FINAIS

Oremos
Para que nenhum mal adicional nos apareça;
Para que o improvável venha a nós com sutileza;
Para que, por felicidade, a vida se restabeleça.

Peçamos
Um pouco mais, face ao tanto que a rotina já nos dera;
Um ar mais leve, feito o começo de nossa paquera;
Um beijo de paz, sem dissabor – não um tapa de guerra.

Arrumemos
Um jarro novo, para o lugar do que quebrou por ser lançado;
Taças (em jogo), espatifadas no bar ao lado;
Um meio termo entre o indolente e o esforçado.

Dividimos
Os bons momentos, os juramentos, um pouco de tudo;
O bem maior, muitos prazeres, o nosso mundo;
Promessas feitas, que se perderam em segundos.

Repartiremos
Alguns retratos, outros farrapos, nossos caminhos;
Simples adornos, um só cachorro, o melhor vinho;
A sensação estranha e o prazer feliz de estar sozinho.

Talvez tenhamos:
Daqui a um tempo, versões mais nobres das nossas verdades;
Algumas lembranças das nossas danças, da nossa amizade;
Ao esbarramos, a impressão de que o passado traz saudade.

Merecemos,
Tuas palavras, que foram duras – tais quais as minhas;
O que passou, desde o amor às nossas rinhas,
Dos dias de sóis ao mar escuro que ao fim se tinha;
O que roubou o prazer, fez desgostar de você,
Também me fez merecer.

Além do mais,
Só oremos…

(Diogo Verri Garcia, Rio, 22/08/2018)

*poesia autoral


Créditos da Imagem: Pixabay

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