A Jovem Narrativa
Por: Diogo Verri Garcia
Aplicam-se as obrigações, no que couber.
Ela assim diz, acompanhada da sua formação, dos seus pertences.
Seus pais ou responsáveis, parentes,
Assistem ao confinamento, apáticos e descontentes.
Impossível o reatamento dos vínculos – expressam alguns.
Face à rotina que tumultuou o lar faz um mês.
Oferecer vestuário e alimentação, não basta;
Oferecer amor – alguém nunca o fez.
A jovem pretendia ser feliz,
Por destino quis o afastamento rouco, grave e profundo de seus dirigentes,
Face a planos que a vida lhe dedicou, agente.
Se provisório? talvez.
A lógica causou-lhe tumulto, da borda da pele à, na alma, raiz.
E ela, alegre, no início seguiu.
Tomou por proa a razão, já que o amor direção nunca lhe deu.
Tentando atender prioritariamente aos seus justos interesses, partiu.
Porém, a roda grande que gira, novas distorções concedeu.
São impedidos de servir – diz do credo a norma –
Aqueles que, encarregados de zelar pelo cumprimento dos anseios,
Erram a mão nas medidas – isoladamente ou de cumulativa forma.
Sem fundamentos – indicados pela lei (da sutil lógica) vigente -,
À nossa jovem impõe desarrazoados freios.
Procurou o eudemonismo – ingênua e intensa, na busca por felicidade.
Conheceu o egoismo e, no amor, a maldade.
Quis uma união contínua, pública e duradoura.
Recebeu solidários ou espiritualizados pêsames,
Pela mágoa vindoura.
E assim se escondeu
Dentro dos seus próprios abismos, incrédula, calada.
Ansiando pelos beijos que nunca recebeu,
Rogando pelo afeto, que só houve em palavra.
Mudou-se do domicílio dos pais ou responsável
Frustrou-se, domiciliando com seus capatazes:
A dor, que lhe traz solidão; a angústia, que lhe retira a razão;
E a falta de amor, essa que não tem perdão.
Propôs a ele um destino feliz, de austeridade.
Ele, com ela negligenciou, faltou com a verdade.
Ela, que só buscava alento, razão que dá paz,
Quedou-se no rumo de volta, para a casa dos pais.
(Diogo Verri Garcia, Rio, 12/09/2018).
*Autoral
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