Desinspirado
Por: Diogo Verri Garcia
Sigo sem inspiração
A ponto que a palavra não garante
Nem bom som, nem confortável situação,
Para que se siga adiante.
Nesse intendo de fazer poesia,
Vejo que não é todo dia que frases e versos vêm.
Têm humor próprio, daqueles que fazem pinima,
Versos querem seu tempo, sua boa rima.
Não obedecem a ninguém.
Pensei em escrever coisas fáceis,
Mas elas deixam o que faço sem brilho, pouco sincero.
Escrevo e escrevo,
e os rascunhos são cada qual tão menos afáveis.
Faço dúzias de pausas, suscito dúvidas, espero.
Retomo o poema, e não basta.
Hoje ele não quer, porque não quer,
Ao menos por mim, ser escrito.
Deixo as causas, mudo os temas,
as dubiedades, as pausas.
Finalmente, contrariado, assinto.
(Diogo Verri Garcia, 31/01/2019)
Créditos da imagem: Pixabay