A mais tenaz calma
Por: Diogo Verri Garcia
Quando não sei ao certo
O que é certo,
O que vai dar certo
E o que restará parado
se algo der errado.
É o momento que mais inquieta
Quando causa silêncio
o excesso de coisas que repetem e acontecem
quando só resta prece
para devolver o real silêncio.
Quando totalmente fico mudo,
Mas ela não se deixa calada
Com gestos sinceros, sorriso aberto,
Faz que não percebe a calma
que tão mais me desagrada.
Quando fiz algo mais,
Por ter feito menos.
Quando traço uma culpa voraz
por meus erros pequenos.
Ela, nem assim, se desalegra.
É um sorriso que cativa,
que traz um alento de riso e de paz
e feito um afago,
agrega.
Então me ponho falando
Sem ela nem suspeitar
Que traço meus próprios planos,
Conduzo-me em contornar
Por alguns internos reclamos.
Sempre por pensar fugaz,
por não saber pensar sereno.
Ela, quando o sorriso alegra,
Pouco a pouco, a resolução
começa a ser sincera, torna-se tenaz.
Quando sua voz não sossega,
não causa falta, nem sobrecarrega.
É ela, a calma, a paz.
(Diogo Verri Garcia, Rio de Janeiro, 28/04/2019)
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