Frango na Sauna

Por: Mona Vilardo
Olá, leitores do Literarte!
Ando bastante sumida daqui e aproveito esse espaço para explicar um pouco o que aconteceu. Expressar-se pela arte, ao meu ver, sempre é o melhor caminho, e confesso que passei algum tempo sem conseguir me expressar nos meus textos quinzenais. Pode ser inusitado isso, mas é real. Sem inspiração, sem coragem, sem escrever nada.
Acontecimentos inusitados nunca fizeram parte da minha vida, embora tendo feito 10 anos de aula de improvisação no Teatro O Tablado. Improvisar no palco é muito mais fácil do que na vida real. Hoje, analisando a minha trajetória artística que começou aos 8 anos de idade, vejo que o inusitado nunca esteve presente. A começar pelo que escolhi seguir: a música clássica.
Na música clássica não há espaço para o inusitado, para o “não ensaiado”. Sempre me recordo de como eu era refém da partitura quando estudei piano. Aprendi muito cedo todas as regras estabelecidas num pentagrama: compasso, dinâmica, mãos esquerda e direita, leitura antecipada do que vem – para que as mãos já estivessem preparadas quando o próximo sistema musical chegasse, e todas as notas estivessem “debaixo do dedo” –, como sempre dizia minha cruel e adorada professora Dona Ruth. Na minha trajetória musical, não houve espaço para erros, e a disciplina era rigorosíssima.
Nunca me queixei disso e cresci dessa maneira, eu realmente gostava desse rigor. Na faculdade isso não foi diferente. Mas, como tudo tem dois lados, nunca consegui improvisar num showzinho entre amigos, contando coisas corriqueiras da vida.
Cadê a partitura? Minha voz não tá boa hoje! Desafinar no karaokê? Nem se eu quisesse.
Cresci assim, onde o inusitado não cabe. Onde o erro não tem espaço.
*Aqui já começa o inusitado na minha vida. O texto vai continuar semana que vem…
Créditos da imagem: Mona Vilardo.
Como sempre, mais um texto belíssimo! Sim, vc sempre foi muito rígida com os estudos, tanto na escola como na música e no teatro! Isso é muito Bo., pq faz de vc uma artista completa e excelente na arte de cantar e interpretar! Parabéns
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Ah, Mona, parabéns pelo texto, sempre deliciosa essa leitura.
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Ola Mona!
Excelentes seus textos!
Gosto de lê-los, já que no momento não é possível ir ao teatro , por não ter como deixar o marido sozinho.
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