Pausa para o Café
Por: Mauricio Luz

Pausa para o Café
Respiro profundamente o seu perfume
Envolve-me em sensações que apenas você
É capaz de provocar.
Duas colheres, colocadas no leito de pano
Escurecido pelas vezes que amou a água.
A água! Ela borbulha, dengosa e lasciva,
Exalando vapor e calor, no ponto ideal…
Une-se a você em uma ardente comunhão.
Sua fragrância se espalha no ar
Enquanto uma parte sua repousa
No recipiente que serve de abrigo
após o amor tão quente e intenso.
Mas seu descanso é breve.
Logo o convido para encontrar-se comigo…
Nada de açúcar, por favor! Nada que mascare a sua essência!
Alguns diriam que “amarga, basta a vida”
Mas o bom barista sabe que amargo
É não perceber a doçura que até o amargo tem.
Uma pequena xícara, que meus lábios beijam
Minha língua sente o teu gosto
Tão amargo, tão sublime, tão intenso
Meus olhos se deliciam com a dança de seu aroma
Segundos de prazer e volúpia,
Forte como amor enjaulado,
Gostoso como beijo roubado.
Mauricio Luz
Créditos da imagem: Pixabay