Descredenciado Poeta
Por: Diogo Verri Garcia
DESCREDENCIADO POETA
A poesia, quando sai do poeta,
É livre, sem responsabilidade.
Quem assume seu próprio risco é o leitor
Que lê o que quer, adota suas próprias verdades.
Descredencia cada palavra dita,
Que não pertence mais a quem as fez.
Os prantos podem se tornar sorrisos;
Os risos, desatar de vez.
As saudades, que eram felizes em mesa de chope,
Lembram palavras tristes, ofensivas e torpes.
A dor, que quem escreveu quis contar,
Pode virar samba de Chico, ao som de “Vai passar”.
A poesia, quando ab-roga seu dono,
É livre, nunca será de mais ninguém.
É feito o amor que traz ao mesmo tempo beijo e abandono:
Ama instantes a ti, ama logo mais outro alguém.
(Diogo Verri Garcia, Rio de Janeiro, 11/08/18)
*Poesia autoral
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Créditos da imagem: Disponível em: < https://pixabay.com >. Acesso em: ago. 2018.