Sejamos trapezistas

Por: Mona Vilardo

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Essa semana assisti um filme que não era bom. Tentei mais que a metade do filme, mas desisti. Ainda bem que já estou praticamente de férias, porque quando isso acontece quando estou cheia de coisa para fazer, a frustração é maior. Perder tempo assistindo filme ruim quando não se tem tempo a perder é o fim!

Mas, uma frase do filme ficou marcada em mim. Num certo momento o personagem principal precisa tomar uma decisão sem pensar muito, é quando o companheiro dele diz: – É quando pensa muito que o trapezista cai.

Pronto, ali estava a frase que eu precisava para escrever meu texto dessa semana.

– Obrigada, filme ruim! Tudo sempre serve para alguma coisa, até mesmo o que é ruim!

Na próxima semana é Natal. Acho que é a data que menos temos que pensar. Veja se você concorda comigo:

Se a gente pensar demais, desistimos de ir na festa de Natal que aquela tia – que você nunca vê durante o ano – organizou. Coitada das tias, elas são sempre colocadas nessa situação de promoverem “festa estranha com gente esquisita”. Quase sempre é na casa da tia que essas festas acontecem. Pois é … se pensarmos muito, desistimos de ir, e também não iremos ver aquele primo que tem tanta coisa pra lembrar da época da juventude, ou aquela avó que todo mundo pensa que vai ser o último Natal dela.

Então, não pense muito e vá na festa de Natal! Ela poderá ser a sua última também. (Momento “Cruzes, Mona, sai pra lá”). Mas o dia de amanhã ninguém sabe, certo?

Confraternize, diga que sente saudades, distribuía sorrisos e agradeça a sua tia pois só ela consegue reunir toda a família nessa data.

Outro assunto que é melhor não pensar muito é a crença religiosa de cada um. Imagina na mesma família que tem católico, evangélico, macumbeiro e espírita? Vá pelo sentimento de amor, esse sim é a crença que une todo mundo. A crença em A, B ou C, você deixa em casa na noite de Natal e nem pense em impor ela quando seu primo (aquele das histórias da juventude) pede mais uma taça de vinho. É um momento de confraternização e não de debates ou convencimentos. Ah, isso vale para política também, claro! Diria até que é uma boa data pra você fazer as pazes com aquele parente que tem o voto diferente do seu.

Por fim, me direciono à tão famosa rabanada. Minha opinião é que você não fique pensando se come ou não a segunda, a terceira, quiçá a quarta rabanada. Esse delicioso prato natalino só aparece nessa época do ano … se permita. Nem se incomode que o ano novo está aí e você precisa caber no vestido branco que comprou.  Vai lá e coma a sua rabanada.

Pensar demais numa noite de Natal não é a melhor coisa para fazer, talvez o melhor da data seja isso: pensar de menos e sentir demais! Se jogue sem pensar, assim como faz o trapezista!

Um Natal cheio de sentido e menos pensado para todos os leitores do literarte.art


Créditos da imagem: pixabay

3 Comments on “Sejamos trapezistas”

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