A Torre de Livros
Por: Diogo Verri Garcia
Prezados leitores,
Atrasado com a publicação da última quarta, publico hoje, domingo.
(A torre de livros)
Quando se guardam livros a mais,
Sem saber que, dentro deles, mais e quais palavras há,
Tornam-se questões pendentes.
Que cada vez que mais livros chegam,
tomam ainda menos ar,
São comichões, que há nas palavras a querer falar,
Mas que se calam,
Em folhas já resilientes.
Elas soçobram e embrutecem,
Comportadas como meras tintas,
tratadas como nada distintas e fechadas em breu.
Das folhas que amarelam e esfacelam-se.
Oxidam,
frente ao incauto que não doou nem leu.
Tanto quanto há algo mais a ser lido
Mal de guarda há…
Feito quando se guarda amores de mais de um colo,
Pretendendo ter a todas sorridentes.
Sente-se conteúdo, pelas palavras que sabe falar.
Mas pelas que estão paradas,
Nas estantes, a esperar,
Poderia ser continente.
(Diogo Verri Garcia, Rio, 08/12/2019)
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