Onde Existo
Por: Bianca Latini
(Onde Existo)
Eu existo onde o amor está
Depois da rua
Onde o entusiasmo faz a curva
Eu canto onde há lirismo
Onde a brisa da poesia
acaricia o meu rosto
Macia
Suave
Purpurinante
Eu habito onde a rotina não
Assentou assoalho
E descanso debaixo do telhado
Da esperança
Aquela de criança
Que tudo pode
E que de tudo quer brincar
Aquela que não se cansa
De ser tola
Insana
Devaniante
E que em absolutamente tudo
Pode acreditar
Sem limite
Sem ouvido para palpite
De adultos carentes
Poluentes
Corrosivos
Frustrados
E, principalmente, sem
Imaginação para sonhar
Eu borbulho fertilidade
E me travisto de profusão
Quando sou livre
Quando tenho espaço para acoplar minhas asas nas costas
Asas grandes, largas
De Ser que deseja
Içar novos voos
Todo dia
Toda hora
A cada minuto
A cada longa perpetuação
Da novidade que virou previsível
E ainda que eu faça rota igual
Eu voo quando o faço de maneira diferente
Trocando as cores das asas
Ou trocando a mente do pássaro
Ou, ainda, achando novo acorde
Para o seu coração
É nesse lugar que eu moro
Nessa atmosfera respiro de verdade
Nesse espaço minha existência se faz
Latente
Presente
Desperta
Acordada
Preservada
Perspicaz
Créditos da imagem: pixabay
Asas de borboleta, asas de beija-flor… asas de criança livre, leve, com o olhar sempre voltado para alguma ideia que nem pela cabeça passou… fluido, espontâneo, rico… 🙂
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Nossa!! Taí já mais um texto em seu lindo comentário! Eu vejo uma escritora em você.
Liberte-se! Permita-se abrir e bater suas asas!!
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