Lisboa em Finas Tardes (Tempo à Janela)

Por: Diogo Verri Garcia

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Lisboa em Finas Tardes (Tempo à Janela)

Passou,
Mais um dia passou aqui da janela.
Algum frio e vento, estupendo e seco.
Fim de tarde vagarosa e bela.

Por aqui, o tempo não cravou estandartes,
Nem usurpou os dias feito fossem suas meretrizes.
Lugar em que as passagens de horas são afáveis.
Diferente de onde venho, onde não criam raízes.

Dia não frívolo, como aos poucos evapora um copo d’água.
Não há obrigação de pressa, para que aqui se apresenta má.
Tempo à beça, que nos resta de um dia já vazio,
Pomos o sol e nos acorda o sol pelas manhãs.

Por ora – palavra que me lembra do relógio que, por cá, não envaidece -,
É tanto tempo, que cabem mil dias em um só.
Murmurinhos: sopram em tons de vento, enrijecendo a pele que adormece,
Pondo em bons alentos os cabelos em nó.

Calma há, que não se sabe nem da metade.
Estará enterrada a pressa – eu que vi seu gurufinho.
Onde não há momentos para a vaidade daquele calor que nos maltrata,
Só pasteis de nata, tantos sabores e vinho.

Mais um dia em que a correria padece.
Nem cedo chega a noite,
Despede-se a tarde, em tons de luz e de prece.

(Diogo Verri Garcia, Lisboa, 27 de Agosto de 2015)


Créditos da imagem: pixabay

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