Descortinando
Por: Diogo Verri Garcia
Nada como o dom de estar certo
Mandar seguir a vida,
Aliviar o canto.
Deixar o sol bater,
Abrir a cortina.
E lá fora, em que não se olhava a vida,
há uma manhã tão bela.
Nada como o dom de estar certo.
E estar santo
No refúgio da paz que é completa.
E ao sair na varanda, entrar o vento.
E ao olhar da sacada, outrem já te acena.
Só assim, respirar o ar animador,
Sem rancor,
Para aliviar o som estranho do espanto.
Nada como o dom de estar certo,
Ter razão sobre a vida
E acordar já célere,
Sabendo que tanto há de bom lá fora.
Saber que a rotina, como toda,
Sempre passa, vai embora,
Mas há sempre algo maior que te alimenta.
E recompensa a alma,
Que sempre foi reta.
Na paz se sustenta,
Esperta e pertinente,
Caminhante ao largo da dor,
Mas, hora ou outra, é valente.
Ser normal o pesar de um andor,
Que só cabe aos que de verdade sentem.
E há amor de si, e só, que sobrará para tantos.
Por se andar por caminhos certos.
(Diogo Verri Garcia, Rio, 28/04/2020)
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