Verso Encaminhante

Por: Diogo Verri Garcia

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(Verso Encaminhante)

Desceu a rua inteira,
Só por tentar caminhar.
Passou, insistiu e voltou,
Só para tentar ver o mar.
Aquele momento tão preso,
Tornado e tornava-se tormento.
Deixava a vida vazia
Sem cor, de uníssono sabor
já ansioso,
mais insólito e isento.

Ao menos, por sentir a vida por lá,
tão perto do mar,
caminhou tanto, e assim viu o céu, se expôs mais ao sol.
Faz dias que não notava alguma gente.
Não sentia aquela rasa corrente
Que corta logo em frente à praia.
A qual refresca,
Tudo aquilo e tudo mais quer que saia, porta afora.
Há algum movimento.

Queria ter o som da chuva a explodir no para-brisa,
Queria a mais sutil surpresa, daquela que não se avisa.
É a profunda beleza que há no redescobrimento.
Notando, só de sair ao vento,
Que existia um mundo em linguagem nada concisa.
Sentia falta da brisa,
Sentia falta, lá fora, da vida.

(Diogo Verri Garcia, Rio de Janeiro, 03/06/2020)


Créditos da imagem: pixabay

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