Manual do Amor de Sempre
Por: Diogo Verri Garcia
Manual do Amor de Sempre
Ao pretenderes tratar
Ou falar a quem se gosta,
Não queiras mais se atormentar,
Compreender, tergiversar.
Para a sorte do teu bem,
entenda:
Não responder já é resposta.
Quem quer encontrar, dá sempre um jeito,
Não há razões, palavras, preceitos,
um nada
que justifique o sumir.
Se o amor tanto quer te falar,
Não há carga vazia em celular,
Tempo que é pouco, hora ruim
ou coisa alguma que lhe possa impedir.
Por outro lado,
Quando o amor tanto te custa,
Ou porque é fraco,
ou porque, de tão extremado, te assusta,
Perceba que estás no outro lado da regra.
Se de alguns amores tu gostas,
mas neles não encontras paz ou resposta;
Outras, que já te admiram tão mais,
Sonham a ti haver-se em entrega.
Então sinta que amor não é jogo,
É canto próprio para sábios,
embora tão mais propício a poucos;
mas que vem destinado a todos.
Onde seguimos todos nós,
em cada forma ou caminho,
a buscar sua metade outra.
É amor o que não resiste se só for compaixão,
Dele se exige, em perder, a aflição,
É querer em ter algo tão mais
A ponto de ser até capaz
De persistir por uma só e única boca.
Tudo,
que no acaso inicia
E tão bem vai,
No propósito de então ser feliz,
Passa-se a fazer feliz,
Sem esperar haver outra opção.
A vontade de se lançar em laços
natos, algo tão mais que irmão,
Por bem que não haja fraternidade,
É causa maior e indiciária de felicidade.
E mesmo em cada incerteza que bate,
É achar-se no dom
de ter na vida um afago.
Pois amor, mesmo quando acanhado, nunca é pouco,
Mas apenas tanto vale quando tem saudade própria,
Que se reproduz, pois tem fermento,
gera alguma cópia.
Então achamos, finalmente, na vida a simplicidade.
Amor, que é bom, é o bem maior
Que se compõe em amenidades.
Mas só quando é de verdade.
(Diogo Verri Garcia, Rio de Janeiro, 05 de julho de 2020).
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