O Abrilhantado Sol
Por: Diogo Verri Garcia
O Abrilhantado Sol
Caminha o sol,
Que aos poucos vai.
Anda, anda,
Na elegante calma
De alguém que bem se preze.
Inaugura a intocada friagem
De uma manhã tão leve.
Descobre a névoa,
Que enrosca o mundo feito lençol,
Pois que vai subindo aos poucos,
esquentando,
abrilhantando,
o sol.
Toca no rosto das moças,
Deixando rubores melhores
Que os das mais geladas brisas.
Descobre cores,
Tão mais belas, todas tão menos cinzas,
Imagino como seria
Morar onde não houvesse uma manhã com esse sol.
É ele que percorre as cortinas,
A tocar quem se demora na cama.
Em fim de tarde ou quão mais cedo,
se toca os olhos:
havendo chama, logo revela a quem se ama.
E torna o mundo formoso,
Enquanto segue,
Passo a passo,
caminhando acima.
O sol,
Que desta janela prisioneira
Já transparece tanto brilho.
Toma-me saudades do verão,
Da aglomeração da qual não mais partilho
Até o curso normal retomar..
Há o sol,
a levantar
De maneira perfeita e certa
no Rio.
(Diogo Verri Garcia, Rio de Janeiro, 18/08/2020)
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