Fogueiras contemporâneas
Por: Priscila Menino

Fogueiras contemporâneas
Alguns anos e anos atrás, certamente eu teria minha fogueira.
Fogueira essa que criaram para me queimar por querer ser fiel a minha autenticidade.
Costumo pensar que ser da galera das bruxinhas sempre foi mais divertido.
Sempre pude dançar na chuva.
Pude cantar a plenos pulmões aquela canção favorita.
Pude saltar.
Pude falar palavras de baixo calão.
Pude me permitir.
Não eram os justíssimos espartilhos que prendiam aquelas mulheres, era a crítica e julgamento da sociedade.
Hoje não temos espartilhos, mas há quem queira ainda nos colocar mordaças do moralismo exacerbado.
Não temos mais fogueiras para matar as supostas bruxas, mas temos dedos em riste para pré julgamentos e ofensas que podem transformar ânimos e esperanças em cinzas.
Mas, sejamos realistas: não conseguiram nos queimar há anos atrás e não será agora que devemos ceder. Eles não podem! Não dê esse poder a eles!
Continuemos gargalhando alto, andando livremente por ai, deixando a leveza da nossa essência nos guiar.
Confiemos! Se continuamos a causar incômodo, é sinal de que estamos no caminho certo.
Continuemos livres.
E se houver fogueiras, que o fogo seja de tanta emoção e amor pela vida, que explodem em nossos corações.
Crédito da imagem: pixabay