Coragem pra desbravar meu Mundo

Por: Bianca Latini

Coragem pra desbravar meu Mundo

De tempos em tempos, minha mente lota
Parece anfiteatro em sua capacidade máxima
Estacionamento com todas as vagas ocupadas
Não entra mais nada!
Sinto necessidade de esvaziar, abstrair, descarregar
Essa vida em looping, esses dias sem sentido, fazendo o que não se gosta para ganhar o que se precisa ou julga precisar
Queria ter mente de hippie, de cigano, de moicano
Queria ter vida de circense e desprendimento de missionário

Eu gosto de acordar cedo, mas ultimamente não estou quase dormindo na hora que deveria estar
Tento acordar cada vez mais cedo para poder respirar
Antes de começar a sufocar na vida do “tem que ser”, do feijão com arroz, na cartilha da Matrix
Queria mesmo ser Asterix, estrela, reluzente, resplandescente, embora distante
Alcançar minha potência máxima de pertencimento de mim mesma
Fazer o que faz sentido, o que me oxigena e não o que me drena

Queria sair por aí e ganhar o mundo
Ver as diversidades
Novas realidades
Queria me encantar com outros coloridos
Cores jamais vistas
Personalidades inimagináveis

Paradoxalmente, sinto como se o Mundo já morasse em mim
A imagem que tenho é do globo terrestre na minha própria barriga
No meu plexo solar
Pronto para eu mergulhar e nele bailar, voar, ser, ecoar

Eu nunca pisei num palco e tenho medo de falar em público
Temo ser julgada e não ser boa o bastante
Receio que a plateia não seja tolerante
Pura bobagem!
Não é sobre os espectadores. É sobre mim mesma
Ainda com tudo isso, eu me enxergo com alma de artista, que muito quer dizer, falar, se expressar, comunicar
De diversas maneiras
Sem formato pré-definido, moldado, estipulado…
Livre, leve, solto, desconectado e conectado , ao menos tempo
Viver, a cada instante, aquele exato momento
Sem expectativa, apenas vibrando no ressonar do Agora
Sentindo a energia que flui, o cântico que pede para ser entoado
A palavra que brota da raiz do peito
O sorriso que sai sem pretender nenhum efeito

Eu queria apenas poder ter tempo para Ser, Existir, me permitir tocar minha viola na varanda da serenidade
Viver em outros tempos…
Sem pressa, sem pressão, sem seguir a multidão
Guiar-me pelo meu próprio ritmo e, de esquina em esquina, ir estendendo a minha mão
Para te dar um pouco de apoio e aquecer a minha
Assim, faríamos uma corrente de mãos que são e existem por si mesmas, mas que juntas formam uma roda muito ensolarada

Entusiasmo, pertencimento, união com liberdade
Sem melindres, sem restrições, sem comedimento
Puro flerte, divertimento, engajamento, sorvete, derretimento….

Bianca Latini
Em 10/03/21


Créditos da imagem: Pixabay

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