Voos de balão, voos da vida
Por: Priscila Menino

Voos de balão, voos da vida
Fiz um passeio de balão recentemente e lá de cima me permiti ser tomada por uma reflexão.
Pensei na fragilidade da vida, estava eu ali sendo conduzida por um tecido gigante e uma cestinha de madeira nos céus, totalmente sem qualquer forma de plano b, se algo desse errado ali, não sei se estaria aqui escrevendo essa crônica.
Ironicamente pensei sobre o motivo que me leva buscar esportes e hobbies com altura. Senti que, em certa medida, a altura me mostra que há sempre uma forma de ver acima, enxergar além. Olhar as copas das árvores e saber que há sempre, pelo menos, um outro ponto de vista, basta eu querer ver.
Pensei em quantas pessoas vivem uma vida inteira sem enxergar sob outra ótica, sem mudar seu foco de visão, vendo sempre da mesma maneira vertical.
Pensei ainda no fogo que é o que move o balão, dá força para alcançar os céus.
Nesse momento, me indaguei qual é o fogo que me impulsiona, que me faz alçar voos mais altos e mais elevados.
Aliás, lidando com o fogo, é preciso ainda cuidado com os excessos, afinal, se houvesse fogo demais ali, o tecido do balão poderia se queimar e deixar de voar, causando um possível desastre.
Como é tênue a linha entre engajamentos e excessos, não é mesmo?
Saber dosar todas as possibilidades, voando e aterrizando no momento ideal é um desafio constante e talvez seja aí que more nossa evolução como ser humano.
Ainda bem que, diferentemente do balão, na jornada do voo da vida a gente pode até ter eventuais excessos ou escassez no fogo e ainda assim permanecermos vivos, talvez com alguns arranhões, mas vivos.
Por Priscila Menino
Créditos da imagem: Arquivo pessoal