Doses de distância na receita médica do amor
Por: Priscila Menino

Doses de distância na receita médica do amor
Certo dia me perguntaram se eu gostava de ficar só em casa ou viajar sozinha, não titubeei ao gritar um enorme e estrondeante: SIM!
Não há nada mais libertador do que amar as pessoas que estão na minha vida, mas ainda assim amar meu silêncio para que eu possa respirar sozinha no meu mar de pensamentos do meu universo interno.
Sinceramente, acho até mesmo que os médicos deveriam receitar doses de solitude para alguns pacientes que estão submersos por barulho demais, burburinhos e ruídos que não permitem lembrar o básico da vida: respira e não pira!
Ressalto que me refiro a solitude e não solidão, pois há um abismo enorme entre os dois conceitos.
Viajar sozinha para o exterior foi uma das melhores experiências que eu vivi. Ninguém me conhecia, então devo ser mencionada até hoje pelos locais como a louca que falava sozinha andando pelas ruas da cidade.
Que maravilha que é falar sozinha, dialogar comigo mesma, tentem, recomendo.
Meu esposo que agradece a esses meus momentos de solitude, eu sempre fico mais calma, mais centrada e até mais amorosa, afinal, doses de saudade fazem bem para qualquer relacionamento, não sejamos hipócritas.
A verdade é que não assumimos, mas somos chatos e precisamos nos afastar para nos aproximarmos.
Parece antagônico, é maluco esse conceito, mas é real.
A possibilidade de autoconhecimento é muito mais verdadeira e efetiva com as doses de solitude na receita do amor.
E vamos combinar que autoconhecimento é maravilhoso demais, saber quem somos atrás de qualquer pudor, máscara, desejo ou qualquer fator que nos tire o foco de sabermos quem somos, do que gostamos e o que queremos.
Fica aqui minha dica de saúde mental, física e afetiva: tomem doses de distância e solitude, sempre que possível.
Ressalto que é tão importante quanto beber os dois litros de água por dia, podem acreditar.
Por: Priscila Menino
Créditos da imagem: Unsplash