Clássicos da Literatura: Murilo Rubião

“- Moço, oh! Moço! Moço, me dá um cigarro?Ainda com os olhos fixos na praia, resmunguei:
– Vá embora, moleque, senão chamo a polícia.
– Está bem, moço. Não se zangue. E, por favor, saia de minha frente, que eu também gosto de ver o mar.
Exasperou-me a insolência de quem assim me tratava e virei-me, disposto a escorraçá-lo com um pontapé. Fui desarmado, entretanto. Diante de mim estava um coelhinho cinzento a me interpelar delicadamente:
– Você não dá é porque não tem, não é, moço?”
(Teleco, o Coelhinho – de Murilo Rubião)
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