A Sede do Beduíno

Por: Mauricio Luz

A Sede do Beduíno

De tanto temer o Amor
Que no deserto eu caminho
Meu peito está ressecado
E meu coração, mesquinho

De tanto guardar o Amor
Que ele se perdeu
Minhas sementes não germinam
Minha planta feneceu

De tanto fugir do Amor
Que eu me perdi de mim
Das areias que ando
Busco saída sem fim

Oh, Amor, onde estás?
Onde posso encontrar
A água que levará
A vida ao meu respirar?

Está debaixo da areia do tempo,
Das desilusões, dos descaminhos,
Das mágoas, das dores,
Das obrigações sem sentido

Enquanto água procurar
Em um oásis de mim distante
No deserto preso estarei
Apaixonado sem amante

Mauricio Luz


Créditos da imagem: Pixabay

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