AM OR
Por: Bia Latini

AM OR
Em nossa sociedade a frase “Eu te amo” traz uma beleza, mas um certo peso
Normalmente dita entre os amantes, já começa pelo momento “certo” de dizê-la e daí relega-se ao sentir o mental, o crivo, o julgamento.
Ainda apresenta-se seletiva, pois só “deveria” ser sentida ou dita POR ou PARA “aquela pessoa certa”.
Como se nosso sentir tivesse tantos semáforos, cancelas e porteiras quanto às vias terrestres…
Temos medo de dizer “eu te amo” e sermos precipitados, mal interpretados, não correspondidos.
Mais do que isso: temos medo de nos permitir ao amor. Como se amar fosse uma moeda de troca, uma barganha, um trunfo.
Ainda tem as camadas da imortalidade, da permanência, da fidelização, que nos impõem uma análise muito crítica bifurcadora do que é pra sempre daquilo que é passageiro. E o que é permanente nesta vida, minha gente?!
Pensem…
Deveríamos ter prazer em sentir amor!!
Amor
Sentir
Apenas sentir
Deixar vir
Deixar ir…
Que possamos ressignificá-lo, entendendo o amor não como amarra e sim como soltura, liberdade!
Amar alguém é dizer: Eu te amo tanto, que quero vê-lo livre e feliz
Seja para parceiro, filho, mãe, pai, amigo, avô…
Amar, aceitando que nem sempre essa liberdade e soltura terão pouso ao nosso lado e está tudo bem.
O importante é deixar o amor fluir em nós e quando algo flui, ele transita, dança, corre, percorre, caminha…
Não se acumula
Que possamos amar tantas e tantas pessoas, permitindo o pulsar, o acolher, deixar voar, permitir ser, sentir, libertar, viver e deixar viver
Com amor, por amor, sendo amor.
Por Bia Latini
Ps de uma associação que me ocorreu:
AM (“sou” em inglês)
OR (“ou”em inglês – conjunção que expressa liberdade)
Créditos da imagem: Unsplash