É dia de Feira…não importa a Feira!
Por: Mona Vilardo
Se tem algo que me atrai, digamos assim, é Feira, de qualquer tipo. Comida, roupa, livros e por aí vai. Uma feira de antiguidades é praticamente um Parque de Diversões pra mim…aqueles vinis, alguns bonecos do “Comandos em Ação” – que não tem jeito, sempre me fazem recordar a infância ao lado do meu irmão… colecionador de todos aqueles mini bonecos de guerra.
Talvez esse amor por Feiras possa ter surgido também na infância, nas minhas idas e vindas à famosa e tradicional Feira da Glória aos domingos.
Comer pastel de queijo com meu pai, colocar limão no caldo de cana. Comprar flores num dia especial, conhecer o cara que vende a melhor banana, e claro, escolher a dedo a dúzia de ovos vermelhos da moça simpática que fala: – Carrega com cuidado!
Pois é, a Feira da Glória era um point pra mim. Hoje, ainda passeio bastante por lá, mas devo admitir que minha sobrinha pegou o bastão. Giovanna é a princesa da feira. Meu pai? Não tem mais nome, virou o avô da Gigi e ponto final. Sem a neta, ele não agrega valor à feira…rsrs
E, se depender da considerada “dona do pedaço”, o vendedor de melancia vai à falência, distribuindo pra ela fatias finas e doces daquela fruta que é o seu ganha pão.
Depois de ter escrito um livro sobre memórias, parece que cada dia mais observo como elas são preciosas naquilo que estampa algumas capas de revista: A busca pela felicidade.
Mas nenhuma revista fala isso pra você, elas preferem que continuem correndo maratonas atrás da felicidade e comprando mais revista. 0 próximo passo? Provavelmente alguns remédios. Mas conectar memórias com felicidade? Nunca…já ficaram pra trás.
Quanto engano!
Memórias fazem parte de uma felicidade que não precisa ser buscada à todo momento, ela já fez parte e quando é boa, faz um bem danado recordar. Quem nunca se pegou gargalhando ou chorando de emoção recordando um acontecimento? A tal felicidade das capas de revista também está aí. E é nesse momento que, muitas vezes, ligamos pra um amigo que está distante ou, em alguns casos, pode-se até mesmo, pedir perdão.
Voltando às Feiras, muitas boas memórias vieram de diversas feiras que frequentei. Inclusive quando viajo, tenho a preocupação de procurar saber se naquele lugar existe alguma Feira…seja ela qual for. Assim, sigo colecionando memórias…
No início do mês levei meu livro para a Feira do Livro de Resende. Eu e minha mãe ficamos lá durante 2 dias. Há muito tempo não ficava apenas com minha mãe. Eu e ela. Sem maridos, sem irmão…sem neta pedindo vovó!
Seria tão bom se, quando adolescentes, tivéssemos a noção de que um dia sentiríamos tanta saudade de estar só com a nossa mãe. Mas adolescentes estão pensando em outra coisa praticamente o tempo todo. Desconto dado.
Nesses dois dias juntas, demos gargalhadas, tiramos fotos, dividimos o mesmo quarto (Ela fez um resumo da novela que eu nunca vi, mas quis acompanhar naquela noite) e saímos para jantar no shopping da cidade sem nos preocupar que, naquele shopping beeeeemm caseiro, não tinha nada que a gente gostasse de comer. Tudo bem… estávamos ali: Minha mãe e eu! Só nós!
Não me importei em ser “obrigada a ver novela”, a ter que dormir de janela aberta e nem tampouco ter levado 50 livros e vender muito menos do que esperava.
O melhor da Feira não era a Feira. O melhor da Feira era a minha mãe.
Sabe…em se tratando de estreitar laços e cultivar memórias, todo dia poderia ser dia de Feira.
Entre mim e a minha mãe, aniversariante da semana que vem, a felicidade está garantida, sem precisar ir muito longe.
Que texto espetacular, muito rico em detalhes e muito cheio de emoção… Parabéns!
CurtirCurtir
Cómo me.emociounou este texto, tão sensível, tão rico, tão saudoso de minha mãe! Nossa, quanta saudade ela deixou, hoje volto às memórias para trazê-la de volta e reviver momento de felicidade! Obrigada, Mona!!!
CurtirCurtir
Poderíamos ter sempre a Feira da Cidade.Eu escreveria,se pudesse, um livro com muitos volumes.As memórias me fazem viver e viver “de boa”.
Fiquei uma semana de cama ,e,a Minha feira” apareceu do jeitinho que você escreveu,Mona..uitos risos,gargalhadas,lágrimas. Mas,que bom que tenho essa Feira.
Lindo texto.Linda mãe e linda filha.
CurtirCurtir