Vermute e Jazz
Por: Diogo Verri Garcia
Quando vi que chegava tarde,
Na verdade era bem cedo.
Quando soube que a voz
era sinceridade,
Corri ao encontro; não houve desterro.
Sem perceber que o dia de penumbra
na verdade era sol.
Ao não aquiescer que o sustenido maior que tocava
Era menor bemol.
Quando vi que o tudo o que se passava,
Passava e pouco se agradecia.
Ao notar que as trevas que tantos se queixavam
Era o mais lindo dia.
Notei que a vida que adiante passava,
passava diferente
Entre gente que sem refrão já chorava
E os sensatos felizes que se punham contentes.
Percebi que o jeito calado que pouco olhava,
Era de contentamento.
Notei que o momento que espreitava
Já aguardava por um tempo.
Um momento de brisa entrecortada,
Não em frente, mas tendo algo do mar.
Tendo a razão da maré que se achegava
Já querendo ficar.
Observando um pouco de paz, em semitons infiéis.
Como uma alvorada em jardim.
Esperando um drinque de vermute e gim
E um piano de jazz.
(Diogo Verri Garcia, setembro de 2019)
Créditos da imagem: pixabay