Por: Victor Cabral

Fosse tu um violão, singelo instrumento
Quais notas arrancaria de ti?
A receberia em meu colo, terno sentimento
Com meus braços, te puxo a mim
Canto pra ti, pra me deixar tocar-te
Minha voz é chamamento e ilusão
Encaixa-te em mim, feito obra de arte
União de dois corpos em um só som
Mão esquerda que desliza em teu braço
Mão direita que dedilha seu bojo
Faz-me sons: minha corda, como aço
Acorda-me com tétrades de gozo
Eu, você, nós, um: músicas-pessoas
Complexas obras-primas de carne e som
Mão direita que desliza entre suas coxas
Mão esquerda que borra a cor do seu batom
Enrosco meu dedos em suas cordas-cabelos
Que me soam cheiros de alecrim
Não deixo-te ir, joga teus sons em mim
Toquemos mais uma, ei de dormir entre seus seios
Créditos da imagem: o próprio autor (acervo pessoal)