Poema do Amor em Prognose
Por: Diogo Verri Garcia

(Poema do Amor em Prognose)
Amar é a arte da mágoa
Que se faz compartilhada
Até a felicidade que, por vezes, nos encontra,
Em tantas, é por nós repassada,
Na tentativa de achar,
dentro do verbo amar,
Uma resposta.
Pena que não se sabe tanto ser feliz
E passa-se tão perto, por um triz,
De quem de ti gostou e de quem, enfim, tu gostas.
É ver que no verbo amar há sempre um esperar,
vê-se a repetição
de crônicas, atos e poemas.
Há uma mudança de atores,
mas sempre, em vão, o então dilema,
a ponto de não se encontrar,
entre certezas e dúvidas,
amparos e medos,
Entre as variáveis mais expostas,
e até os irreais segredos,
Toda quem que já te fez mal,
Mas isso nunca fez, porque te amou.
E toda aquela que, ao amar a mais,
Feriu ou fez ferir,
Quando então viu que o amor deixou.
A arte do verbo amar
Não tem amparos, nem termos médios,
sequer cabe na conjugação
Quando o tempo do verbo é o presente,
eis que o passado não se assente
e o futuro não pode,
para então amar, ser aguardado:
Não se cabe em opção.
É verbo a ser proclamado
sempre em primeira pessoa,
desde que conjugado vivamente também por
uma alma presente,
Que se faça, na gramática do verbo,
patente e latente
uma feliz terceira pessoa.
E o amor assim que é, mutuamente, compartilhado.
Sem o qual nunca vale,
Não serás verdadeiramente,
nem amoroso,
nem verbalizadamente
amado.
(Diogo Verri Garcia, Rio de Janeiro, 04/10/2020).
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