O Infinito Momento da Existência
Por: Mauricio Luz

O Infinito Momento da Existência
A areia molhada acaricia meus pés
Enquanto o astro rei surge no horizonte.
O céu se pinta de laranja e vermelho para recebê-lo.
A Lua se despede, enquanto Vésper lhe sussurra segredos
Que apenas os astros podem entender e compartilhar.
As ondas rosnam e me provocam.
Convidam-me a sentir a carícia da água fria e sedutora.
Como grafite, os dedos; Como papel, a areia…
Escrevo um poema na beira do mar.
Que uma vaga logo abraça e apaga
Deixando vaga a lembrança dos versos
Levados que foram pelo oceano inquieto.
Diz-me o vento:
“Talvez seja você um poema escrito
Por dedos misteriosos
Nas areias do tempo.
“Também será você
Apagado pelas ondas dos anos que virão.
“Mas nenhum elemento será capaz de apagar
Os segundos que o poema lá esteve,
Eternamente tatuado na pele
Do Infinito momento da existência.”
Mauricio Luz
Créditos da imagem: Pixabay