Deus de Vidro

Por: Renato T. de Miguel

A um deus de vidro sua afeição se ajoelhava
Trilhas sem norte são promessas de ilusões
Um esgrimista sem florete, sem espada
Um enxadrista sob as ordens dos peões

Sobre a cabeça uma coroa fraturada
Suas sentenças, sua justa inquisição
No horizonte seus exércitos sem farda
No asfalto negro escorre o sangue dos irmãos

Em seu reinado nossa raça é lei divina
E os deuses-homens vivem em torres de marfim
No seu discurso o amor é feito cocaína
O ódio à paz, como o princípio, o meio e o fim

E os condenados como números sem alma
Nus e descalços, seu pecado era existir
Aos pés de Deus os filhos morrem na calçada
À prata amada o seu fadário era servir.

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