Por: Alvaro Assis
Chove uma chuva clara
Uma chuva de olhos abertos
E molha meu corpo, que se abre
Pra deixá-la ensopar minh’alma
Chove pela têmpora o temporal
O tempo fatiado em gotas, com calma
Faz corredeiras pela coluna vertebral
Chove, não uma chuva impaciente
Não uma que pareça com a gente
Pois sabe lavar-se depois da queda
Com a história que vai se apagando na mente
Pra deixar fluir o outro lado da moeda.
(Alvaro Assis)