Na multidão enxergo rostos

Por: Tadany Cargnin dos Santos

 

Agradecido observo, e ao observar enxergo, na multidão enxergo rostos

Alguns tão exuberantes que seu brilho quase cega

Outros semidefuntos, permeados por um soturno desgosto

Alguns ávidos como a inocência que livre se despega

Outros retesados como um sentinela em seu posto

Alguns carregam dúvidas, feições que a si mesmos desoneram

Outros expressam maturidade, são centrados e firmemente predispostos

Alguns são imaginações que revelam uma fantasiosa quimera

Outros escondem algum segredo, seus traços são receosos e indispostos

Alguns caminham solitários, parecem uma distante e intocável tapera

Outros irradiam o amor, luzes de um ser integrado, leve e composto

Alguns parecem procurar o passado, vivem noutra era

Outros são excessivos, seus gestos exagerados e sempre a postos

Alguns parecem ser aquilo que nunca foram, de si mesmos, estão sempre a espera

Outros são faróis, referências que todos observam com fraterno gosto

E entre alguns e outros todos passam

Alguns percebidos, outros escondidos

Alguns esquecidos, outros enaltecidos

Seus rostos e suas vidas, entrelaces temporários, tramas de um visual tecido

Que pelo mundo enxergo, curioso e agradecido.

PS: Para citar este Poema:

Cargnin dos Santos, Tadany.Na multidão enxergo rostos.www.tadany.org®

 

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